Go Vegan – Mitos e verdades sobre veganismo e saúde
O veganismo vem crescendo muito nos últimos tempos. E, junto ao movimento, crescem também […]
Continuar lendoImagine uma orquestra. Todos os músicos estão atentos aos comandos do maestro para executar uma sinfonia impecável. Talvez um músico não alcance a nota perfeita. O maestro pode até deixar passar um detalhe. Ainda assim, a orquestra continua tocando e, em geral, tudo sai bem, o público nem nota dos pormenores. Mas uma falha muito grande pode comprometer a execução da música em questão. Às vezes, dá para corrigir durante a apresentação ou a tempo da próxima – às vezes, é irreparável e um instrumento precisa ser substituído, por exemplo.
Estamos falando aqui de uma Orquestra Sinfônica, mas a analogia cabe perfeitamente para falar sobre o corpo humano. E advinha quem está com a batuta regendo essa orquestra? O nosso cérebro. Aquele que comanda as atividades que cada parte do corpo deve desempenhar. Mas que, em igual medida, depende que cada órgão execute sua parte da peça com maestria para seguir seu trabalho. Os sistemas se completam num fluxo perfeito – ou, como diriam os musicistas, em uníssono.
Dia 22 de julho, é o Dia Mundial do Cérebro e a gente convidou o professor da Medicina UniFTC e neurologista, Emerson Bernardo Cohim Marinho Gomes, para falar sobre o órgão mais intrigante do corpo humano.
Para conseguir comandar um sistema tão cheio de detalhes, o cérebro não podia ser pouco complexo, não é mesmo? Vamos trazer um pouco do que o professor Emerson explicou para gente sobre a anatomia do nosso maestro:
No interior da caixa craniana, está o encéfalo, uma parte do Sistema Nervoso Central que recebe, processa e gera respostas às mensagens que chegam até ele. De acordo com o especialista, o encéfalo é dividido em diversas partes, sendo o cérebro uma delas. “O cérebro é a maior parte do encéfalo e pode ser dividido em duas partes, o hemisfério cerebral esquerdo e o direito, que estão conectados pelo corpo caloso. Esses hemisférios são subdivididos em quatro lobos: frontal, temporal, parietal e occipital. Cada lobo recebe o nome de acordo com a localização em relação aos ossos do crânio”, explica o neurologista.
Mas, venha cá, o cérebro pode mesmo ser considerado o órgão mais importante do corpo? Segundo nosso especialista, sim. “Relativamente, o cérebro é o órgão mais importante do Sistema Nervoso e é ele quem controla todo o corpo”, afirma. O cérebro é de extrema importância para a preservação da vida, já que cada parte dele controla uma função diferente em nosso corpo.
“Alguns estudos trazem que o cerebelo é uma das partes de maior importância do cérebro por ser a parte mais primitiva do encéfalo”, como explica o neurologista Emerson Bernardo, que ainda nos conta o seguinte: é nessa parte do cérebro que encontramos o processamento inconsciente de muitas funções voltadas para a sobrevivência, como o equilíbrio, a ativação muscular e a regulação das emoções.
Mas vale ressaltar que o cérebro é uma das partes mais importante do corpo, mas não é a única. Já que, como explica o professor: “Todo o nosso corpo e – embora nossos órgãos tenham uma função específica, cada um com sua indispensabilidade – trabalham em sincronia e sintonia, como se fosse uma orquestra, em que o cérebro é o maestro. Isso ocorre por o cérebro ser o responsável por enviar comandos aos outros órgãos e, assim, todos atuam juntos”.
E quem disse que o cérebro também não precisa de cuidados especiais?
Para Emerson Bernardo, falar sobre preservação biológica do cérebro é um pouco complexo, mas sobre a preservação da funcionalidade, não. “Manter o equilíbrio físico e psíquico é fundamental para usufruir de uma boa saúde mental. Manter um estilo de vida saudável é essencial. Além disso, dormir bem, ter uma alimentação balanceada, praticar atividade física, beber com moderação, exercitar o cérebro com estudos, leituras e relaxar”, são as dicas mais importantes para o bom funcionamento do órgão, segundo o neurologista.
Assim como a maioria dos astros são vítimas das fakes news, também existem mitos sobre o cérebro humano.
Um deles é sobre usarmos apenas 10% da capacidade do nosso cérebro.
O professor e neurologista, Emerson Bernardo, tem uma informação que pode ser surpreendente, porque, na verdade, nós usamos 100% – EU DISSE 100% – do nosso cérebro. “Nós o utilizamos o tempo inteiro para fazer das tarefas simples às mais complexas, até mesmo quando estamos dormindo. Através de tomografias e ressonâncias magnéticas, é possível constatar que atividades mentais complexas usam diversas áreas do cérebro e, ao fim do dia, o cérebro todo acaba trabalhando”, explica ele.
Além disso, o Dr. Emerson Bernardo reforça que, quando acontece uma lesão no cérebro, mesmo que pequena, pode trazer danos irreparáveis, situação que também traz comprovação sobre o uso do cérebro de forma integral. “Seria uma desventura machucar justamente a porção funcional do órgão”, explica. Mas, fique atento! Isso não significa que estamos sempre usando 100% das nossas capacidades cerebrais.
Olhe para o pêndulo…
Um órgão tão complexo e completo, é quase um Deus. Só que não. A ciência descobriu, através da pesquisa de Franz Anton Mesmer, a hipnose, uma forma de ajudar o cérebro a trabalhar em um estado de consciência específico.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a hipnose é reconhecida e adotada pela Medicina, já que é baseada na Neurociência e na Programação Neuro Linguística (PNL). Segundo Emerson Bernardo, ela faz parte dos tratamentos adjuvantes em diversas doenças, como câncer, dor crônica, transtorno do pânico, asma, enxaqueca, fobias e insônia, por exemplo.
“Ela já integra as atividades de diversas instituições de renome no mundo como proposta no tratamento e pesquisa de doenças para diminuir efeitos colaterais de quimioterapias, como a fadiga e a dor”, explica o professor.
Mas a hipnose é perigosa, professor?
Segundo ele, quando realizada com profissional adequado, de forma bem executada e específica para cada caso, o sucesso do tratamento com a hipnose é garantido, não havendo prejuízo nesse sentido.
Se você já é aluno de Medicina e está pensando em enveredar pelos “mistérios” em torno do cérebro da neurociência, o professor Emerson Bernardo tem um recado:
“A neurologia na prática, para quem gosta, é algo muito prazeroso. Mas é bom lembrar que não adianta fazer por remuneração ou algo nesse sentido, há que se dedicar muito, estudar, pesquisar, ir atrás de atualizações, buscar cursos etc. Há uma grande responsabilidade e demanda a se cumprir por realizar procedimentos de alta complexidade e grande risco para os pacientes, mas no final compensa quando se faz o que gosta. Portanto, é o que você faz fora da faculdade que te diferencia. Em uma situação em que há oferta crescente de profissionais, são milímetros que os diferenciam”.