A pandemia de Covid-19 deu entrada no Brasil há cerca de um ano e, neste período, tem causado grandes impactos na rotina dos profissionais de Saúde. As transformações e desafios também chegaram às escolas de Medicina, que precisaram se adaptar. 

Nesse texto, vamos trazer algumas das principais mudanças que aconteceram nos cursos de Medicina da Rede UniFTC, em Salvador e Eunápolis.

Virtualização das aulas durante a pandemia

Em um primeiro momento, diante do número crescente de casos e do desconhecimento sobre o vírus, estudantes e professores voltaram à segurança de suas casas. Todas as atividades presenciais foram imediatamente suspensas.

No susto, sem mapas ou manuais de instrução, migramos para o Ambiente Virtual de Aulas (AVA). No prazo de uma semana, a Rede UniFTC virtualizou todo o seu curso de Medicina.

Tivemos apenas 5 dias para nos preparar para este novo cenário. Nesse tempo, não poupamos esforços para atingir três objetivos principais:

• atender as orientações do Ministério da Educação
• assegurar o cumprimento dos planos de ensino e das cargas horárias previstas
• continuar em movimento!

Investimento em tecnologia para enfrentar os desafios da pandemia

Muitas Instituições de Ensino Superior optaram por ferramentas gratuitas para suportar as aulas virtuais. N Rede UniFTC, nós investimos em tecnologia.

A plataforma Blackboard, considerada a melhor do mercado, passou a ser a sala de aula de nossos estudantes.

Uma equipe multiprofissional, formada por especialistas em aprendizagem e em tecnologia, trabalhou exclusivamente para que a plataforma seja um espaço cada vez melhor, mais seguro e inclusivo.

A Rede UniFTC realizou importantes investimentos voltados para instalação de novos equipamentos tecnológicos, aquisição de licenças de uso de novas ferramentas e capacitação de todo corpo acadêmico, para permitir que as aulas virtuais aconteçam em tempo real e sejam ministradas pelo mesmos professores que os alunos já estão acostumados. Tudo para garantir, no mundo on-line, a mesma qualidade da aula que seria aplicada presencialmente.

Virtualização: uma tendência da Educação Médica

Essa virtualização já era uma tendência apontada e discutida por especialistas em Educação Superior. O cenário do futuro, no entanto, foi acelerado pela necessidade de continuar os calendários acadêmicos sem expor a comunidade.

Hoje, o Mec já autoriza 40% da carga horária dos cursos de Saúde de uma maneira remota, assistida por tecnologia. Na Medicina, não era possível. Mas, nesse momento de pandemia, isso também foi flexibilizado.

O mundo não será mais o mesmo. Muitas das adaptações que a gente precisou fazer agora, em caráter emergencial, devem nos acompanhar no futuro, mesmo no período pós-pandemia. 

Enquanto escrevemos esse texto [março de 2021], as disciplinas teórico-cognitivas continuam a ser realizadas em ambiente virtual.

Atividades práticas na pandemia

No início da pandemia, as atividades práticas – essenciais para a formação do médico – foram totalmente pausadas. Esses conteúdos práticos foram mapeados e a instituição se programou para fazer a reposição sem perdas para os estudantes. 

Até que, em outubro de 2021, com a liberação dos órgãos responsáveis, retomamos as atividades práticas em laboratórios e clínicas.

Foi preciso revisitar todos os nossos cenários de prática e reconfigurá-los para atender às orientações legais, que são imprescindíveis. Mais do que seguir leis e normas técnicas, estamos garantindo a segurança e o bem-estar de toda a nossa comunidade.

Os estudantes tiveram a opção de não retornar às atividades práticas caso não se sentisse confortáveis. 

Clínicas-escola na pandemia

Para o curso de Medicina em Salvador, a Rede UniFTC mantém três clínicas-escola, nas quais os nossos estudantes puderam atuar seguindo um rigoroso protocolo de biossegurança. 

Da recepção aos consultórios, tudo mudou. Em todos os espaços, foram feitas adaptações para garantir o distanciamento mínimo. Docentes, estudantes, colaboradores das clínicas-escola e pacientes foram orientados a usar equipamentos de proteção individual (EPI) – orientação que, na verdade, era uma regra sempre fiscalizada.

Em março de 2021, as atividades nas clínicas-escola foram novamente suspensas.

Lamentamos a suspensão dos atendimentos em nossas clínicas e aguardamos nova liberação da Prefeitura Municipal de Salvador, entendendo a importância desse campo de prática para a formação de nossos alunos e para a prestação de serviço à comunidade.

Internato na pandemia

Os estudantes de 5º e 6º ano, que já atuam no internato (estágio médico), estão em campos de prática, atendendo diretamente à população afetada pelo coronavírus. A gente não tem um quantitativo de médicos que baste para atender a demanda de uma pandemia, então a atuação desses estudantes, acompanhados por médicos experientes, contribuiu muito para o atendimento e suporte a esses pacientes.

Os estudantes tiveram a oportunidade aprender em um cenário totalmente inédito e impensável, exercitando ao máximo tudo que lhes foi passado em seus anos de curso, e ainda oportunizaram a melhora para a população, oferecendo o atendimento com excelência técnica e um olhar humanizado. 

O que não mudou?

Formação humanizada

A tecnologia avança a cada dia, em ritmo galopante. A cada dia, temos milhares de informações novas sobre cada área da Medicina. Apesar de tudo isso, uma coisa nunca vai ser substituída, que é o acolhimento o paciente, a forma de tratar, de lidar, de transmitir confiança. O esmero e a prudência de um médico ou médica jamais serão substituídos por uma máquina. 

Este viés humanizado está no DNA da Rede UniFTC e não pode ser ignorado. Desde o primeiro semestre, o nosso estudante é instruído a acolher cada paciente. Essa prática, tão essencial, acompanha nosso estudante até o final do curso. 

Compromisso com nossos estudantes

Durante todo esse processo, buscamos nos aproximar dos nossos estudantes. O confinamento, as incertezas sobre o futuro, o medo de se contaminar, as perdas familiares que podem ter ocorrido nesse processo. Estamos cuidando da saúde mental dos nossos estudantes. 

Essa projeção mundial é uma coisa muito nova e se a gente não tiver flexibilidade e não estiver aberto ao aprendizado, não vamos atravessar essa situação com a suavidade necessária. Já bastam todos os sofrimentos, já bastam todas as dores e adoecimentos. A gente precisa ter cautela para não adoecer outras pessoas, sobretudo falando de saúde mental, com regras, regulamentos e reforçando ações e atitudes violentas. A conversa, a troca, a formação humanística e ética não podem ser abandonadas.

Educação médica em movimento

Na Rede UniFTC, acreditamos que aprender faz parte da rotina e da dinâmica de uma instituição de ensino superior. Vivemos um período totalmente inédito para a Saúde e para a Educação, e estamos aprendendo nesse processo. A pandemia, com todas suas dificuldades e desafios, tem nos ensinado a buscar soluções inovadoras, que permitam a continuidade da formação de nossos estudantes com excelência, empatia e segurança.

Vem aprender com a gente!