Você sabia que diversas invenções que marcaram a história foram idealizadas por mentes femininas? Devido ao preconceito enfrentado pelas mulheres ao longo dos anos, algumas criações não foram registradas, caíram no esquecimento ou foram creditadas a homens. No início do século XX, as mulheres representavam menos de 1% de todos os requerentes de patentes, de acordo com artigo publicado no Jornal The New York Times em 2015.

Com o passar do tempo, essa porcentagem aumentou, mas ainda está longe da paridade. Segundo estudo, realizado pelo Instituto de Propriedade Intelectual do Reino Unido (IPO) e divulgado pela BBC em 2019, menos de 13% dos pedidos de patentes no planeta são protocolados por pesquisadoras. Numa visão mais clara, corresponde a uma mulher para cada sete homens. A lacuna é atribuída à falta de mulheres nos campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Mas,de acordo com levantamentos citados na publicação, mesmo quando solicitam as patentes, elas ainda têm menos chances de obtê-las.

“Nós mulheres estamos conseguindo, aos poucos, alcançar alguns espaços. Mas continuamos lutando por igualdade de direitos, respeito, pelo fim da violência de gênero e pela valorização das nossas qualidades profissionais. Infelizmente, ainda estamos a passos lentos”,  pontua a coordenadora do curso das Engenharias da UniFTC de Juazeiro e Petrolina, também pesquisadora e estudiosa, Denise Almeida.

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Como enfrentamento a esses obstáculos e luta por mais conquistas, precisamos valorizar e publicizar as pesquisas, descobertas e invenções feitas por mulheres. Separamos algumas criações que se originaram da “sabedoria” feminina e que, talvez, você desconhecia a autoria:

Limpador de para-brisa

Incomodada com a neve caindo no seu para-brisa durante um passeio na cidade de Nova York, a empresária da construção civil Mary Anderson, começou a rascunhar um sistema mecânico que seria acionado de dentro dos veículos. A proposta do dispositivo era permitir melhor visibilidade durante chuvas e nevascas. As indústrias não demonstraram interesse quando ela apresentou.  Mas, pouco tempo depois, a inventora viu sua criação em vários carros dos Estados Unidos, sem receber um centavo por isso. O reconhecimento só veio há alguns anos.

Sacola de papel de fundo plano

A americana Margaret Eloise Knight criou uma máquina para fabricar sacolas de papel de fundo plano em larga escala, revolucionando a indústria de embalagens na época. Antes, boa parte da produção era manual e as sacolas pareciam envelopes grandes. Acredita-se que a ideia surgiu quando Margaret trabalhava numa fábrica. Mas, essa foi apenas uma de suas invenções. Ela conquistou 26 patentes! Com isso, recebeu bastante prestígio das outras mulheres,  mas ainda assim, enfrentou barreiras pelo sexo e condição social. 

“Orelhão”

Com técnicas contemporâneas e harmoniosas, a arquiteta sino-brasileira Chu Ming Silveira produziu o protetor para telefones públicos. Chu Ming recebeu o desafio de criá-lo quando liderava o Departamento de Projetos da Companhia Telefônica Brasileira. Ela o idealizou considerando o requisito de unir funcionalidade e beleza. Então, garantiu que seu projeto apresentasse boa acústica, estética e durabilidade, sendo resistente ao sol e à chuva.  As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo receberam os primeiros protetores telefônicos. Hoje, os “orelhões” são encontrados em vários países da América Latina (como Peru, Colômbia, Paraguai), assim como na África e na China.

Escorredor de arroz

A cirurgiã dentista brasileira Therezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich inventou e patenteou o escorredor de arroz, item indispensável nas cozinhas. A ideia surgiu para tornar a limpeza do arroz mais rápida e fácil, além de evitar o desperdício e entupir ralos. Diferente de outras inventoras, Therezinha lucrou com a criação, recebendo dividendos pelas vendas por muitos anos. No entanto, também teve de recorrer ao apoio dos homens da família para reivindicar outras patentes.

“Banco Imobiliário”

A norte-americana Elizabeth Magie Phillips foi quem desenvolveu o famoso jogo de tabuleiro conhecido hoje como Banco Imobiliário. Intitulado inicialmente como The Landlord’s Game, o jogo representa uma crítica ao Capitalismo e um alerta aos riscos do monopólio. A criadora, ativista da igualdade social, desejava que ele servisse de inspiração para reformas. O jogo se tornou um sucesso, contudo, a proposta não foi bem interpretada. Outras versões com regras diferentes começaram a ser produzidas e Lizzie Magie enfrentou dificuldades para ser identificada pela concepção do invento. 

Existem diversas outras mulheres geniais que merecem ser lembradas.  Continue a leitura: https://blog.uniftc.edu.br/mulheres-e-meninas-na-ciencia-conheca-8-cientistas-que-marcaram-a-historia